NOTA: 3 ESTRELAS

Prefiro um bom livro a um filho. (Montaigne)

Sabrina-Mix-livro-sem-filhos-corinne-maierOi, pessoal!

Ontem foi Dia das Mães, né?! Mas eu tenho uma certa convicção contrária à maioria das mulheres quando o assunto é filhos: não quero tê-los. #prontofalei

Por isso, ao ler o livro da psicanalista e economista francesa Corinne Maier, me identifiquei bastante, mas, sinceramente, não trouxe muitas novidades. Pelo menos pra mim.

Pensei que seria uma leitura mais relaxante e divertida, mas o livro chega a ser bastante chato em algumas partes. Corinne fala bastante sobre a situação financeira da França contemporânea (nada mais normal para uma economista) e as partes sobre filosofia e seus autores realmente são bastante entediantes (pelo menos pra mim). Felizmente são poucas e não afetam tanto assim a leitura.

É um livro para quem espera uma leitura mais séria sobre o assunto, escrita por uma mãe. Realmente, traz um ponto de vista bastante interessante sob esse aspecto.

Destaquei alguns trechos que mais me agradaram.

Para encarar uma vida de imbecil é melhor sermos muitos.

Cresce a tolerância com relação às diversas formas de vida privada, mas explicar serenamente que não se quer ter filhos suscita reprovação. Os que tem essa coragem são vistos pelas pessoas ao redor como desviantes da norma, de tal modo se considera a família um valor universal. (…) ser “sem-filho” é uma anomalia. Permanentemente censurados, os que se atrevem a não tê-los causam dó: “A pobrezinha provavelmente não pôde ter”; “Ele estragou sua vida”. Esses “egoísta”, “imaturos”, “pessimistas”, “instáveis” são esmagados por impostos num sistema fiscal injusto que favorece as famílias.

A seguir, certas coisas que se tornam raras quando se tem o encargo (a carga) de um filho:

– Dormir uma noite inteira (é pouco frequente nos primeiros meses).

– Permanecer na cama pela manhã (é difícil até a idade dos 8 anos, pois a “pulguinha” lhe salta em cima logo aos primeiros raios do dia).

– Resolver ir ao cinema na última hora.

– Ficar na rua após a meia-noite, pois é preciso liberar a baby-sitter. Quem chega depois da meia-noite está condenado a levá-la em casa de carro ou lhe pagar o táxi.

– Ir a um museu ou uma exposição, já que crianças começam a berrar após cinco minutos.

– Viajar para um lugar diferente daqueles mais idiotas, onde há mar, praia e um clube infantil.

– Partir fora do período de férias escolares (isso concerne a todos que tem filhos entre 5 e 18 anos).

– Beber antes da hora a última mamadeira, pois acompanhar uma criança à cama em estado de embriaguez é algo que não se faz.

– Fumar na frente dos filhos, pois hoje em dia é um crime contra a humanidade.

Meus filhos sempre me acharam distraída. Na verdade, quando eles falam comigo, muitas vezes penso em coisas agradáveis, livros a escrever, férias sozinha com um belo desconhecido numa ilha de sonho, ou em uma simples noitada beaujolais nouveau com as amigas. Ou seja, momentos sem eles.

O trabalho é o ópio do povo; seriam as crianças o seu consolo? (…) Ter um filho é a melhor maneira de evitar se colocar a questão do sentido da vida, pois tudo gira a seu redor: é um ótimo tapa-buraco da busca existencial.

Por parte dos pais que tem a vida estragada em nome dos filhos, ouve-se facilmente a frase: “Não posso fazer de outro modo, tenho filhos para criar”. Não posso largar um trabalho que me chateia, pois tenho filhos: bela desculpa. “Não pude realizar meus sonhos, tive filhos para alimentar.” É terrível dizer isso, não acham? (…) Na verdade, as crianças muitas vezes são uma desculpa fácil para a desistência sem sequer uma tentativa.

Ter filho (…) é um ato não-cidadão. São aqueles que decidem não tê-los que o Estado deveria ajudar. Menos desemprego, menos amontoamento, menos guerra. (…) Menos gases de efeito estufa, (…) engarrafamentos na auto-estrada no fim de semana, menos confusão diante dos cinemas (…), prazos de espera menores para uma cirurgia… Um verdadeiro país dos sonhos.

Alguns outros livros indicados pela autora deste: 1. Um acontecimento feliz, de Éliette Abécassis; 2. O museu do homem, de David Abiker. Além do seriado Super Nanny, que, segundo a autora: “Serve também como ótimo antídoto para crianças: assiste-se uma vez e questiona-se seriamente ‘o desejo por filhos’ durante uns seis meses.”

Atenção: Estou trocando este livro no Skoob. Quem tiver interesse, é só procurá-lo no Plus.

BEIJOS E SUCESSO!!!

 

Sabrina NunesNotasCorinne Maier,filhos,livros,Skoob
NOTA: 3 ESTRELAS Prefiro um bom livro a um filho. (Montaigne) Oi, pessoal! Ontem foi Dia das Mães, né?! Mas eu tenho uma certa convicção contrária à maioria das mulheres quando o assunto é filhos: não quero tê-los. #prontofalei Por isso, ao ler o livro da psicanalista e economista francesa Corinne Maier, me...